Em um quintal repleto de frutas extraordinárias, havia um maracujá doce que se destacava por sua pele macia e esverdeada, adornada com sutis ondulações que evocavam as suaves ondulações do pêssego. Embora fosse um maracujá, sua doçura inata era tão excepcional que todos ao seu redor comentavam que o sabor dos frutos daquele pé remetia ao de um pêssego.

Certa manhã, ao ouvir as pessoas tecerem elogios à suavidade e ao aroma dos pêssegos, o maracujá começou a sonhar. Aquela pequena fruta almejava mais do que ser apenas um maracujá doce ao crescer; desejava ser reconhecida como um pêssego, com sua forma arredondada e cor vibrante. Não lhe bastava apenas ser doce; assim, o desejo florescia.

Determinado, o pequeno maracujá começou a imaginar-se como um pêssego. Concentrou-se tanto nessa aspiração que, ao longo do tempo, seu formato começou a se transformar. As ondulações em sua casca destacaram-se, adquirindo a forma de um pêssego.

Os demais frutos do pomar, intrigados, indagaram ao maracujá doce por que desejava ser um pêssego. Ele respondeu: “Sempre serei um maracujá em minha essência, mas desejo que todos vejam que, assim como o pêssego, posso ser lembrado e admirado, afinal, ninguém se lembra do maracujá doce.”

Com o tempo, as pessoas que visitavam o pomar maravilhavam-se com a singularidade daquele maracujá. Admiravam sua forma extraordinária e a coragem de sonhar em ser algo mais.

Custava o maracujá doce aprender que o que realmente importava não era sua aparência externa, mas a essência doce que compartilhava com todos.

Mas ao final, ao começar a notar as pessoas que os visitavam, cada um com sua personalidade, qualidade e defeitos, descobriu que podia ser apreciado exatamente como era: um maracujá doce.

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lu2013colombo

Servidor público, licenciado em Ciências/Biologia desde 2004. Graduado em Biblioteconomia. Pós-graduado em Gestão Ambiental, Gestão Pública e Biblioteconomia. Atualmente graduando em Produção Publicitária e Gestão Pública e pós-graduando em Comunicação Institucional e Redação Oficial.

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